Ninguém vive sem água. Literalmente. Em casos extremos, o ser humano pode sobreviver até semanas sem comer. Sem água, no máximo quatro dias. Além de fazer parte de todas as células do organismo, a água que ingerimos auxilia no transporte dos nutrientes e hormônios através do sangue. Dá maciez e elasticidade à pele, reduz o atrito das articulações. Ela está nas secreções como lágrimas, saliva e suco gástrico e ajuda a regular a temperatura do corpo por meio do suor, além de contribuir para diluir os resíduos e eliminar as toxinas pela urina.
Por todos esses papéis fundamentais, é importantíssimo se hidratar bem ao longo da vida. A necessidade diária de consumo de água varia de pessoa para pessoa, mas a recomendação geral é de 1,5 a 2 litros – de seis a oito copos.
Para quem está em tratamento de câncer, uma boa hidratação é mais importante ainda, porque a quimioterapia pode aumentar o grau de substâncias tóxicas no sangue. Como os rins têm a função de filtro, se faltar água eles é quem sofrem para se livrar de todo esse “lixo”.
Uma boa medida para se manter hidratado é prestar atenção aos alarmes emitidos pelo próprio corpo. Sentimos sede quando a quantidade de água no organismo está baixa e sangue muito concentrado.
À medida que envelhecemos, o mecanismo da sede fica prejudicado. Além disso, acabamos tendo maior dificuldade em nos hidratar em razão das próprias alterações fisiológicas do envelhecimento.
Para se hidratar, basta água: pode ser do filtro, mineral, gaseificada ou de fontes termais. Mas também valem chá e sucos de frutas. Já com os isotônicos, é preciso moderação. Criados para as necessidades de esportistas, eles têm sódio, glicose e corantes, que podem causar intolerância durante o tratamento.
Além de limpar o corpo e a pele de toxinas, a água serve também para lavar a alma. O contato com o líquido acalma, é lúdico e ajuda a relaxar. Quem está fazendo quimioterapia, no entanto, precisa tomar alguns cuidados antes de mergulhar. Se o paciente tiver um cateter do tipo parcialmente implantado, não pode realizar nenhum tipo de banho de imersão. Nesses casos, uma ducha com sais de banho ou mesmo um escalda-pés podem ser revigorantes.
Pacientes que utilizam cateteres totalmente implantados não têm problemas com o banho de imersão, desde que redobrem o cuidado com a higiene do local escolhido. No período pós-quimioterapia, quando o paciente está com a imunidade baixa, o risco de infecções cresce, por isso o uso de piscinas ou “banhos” coletivos não é indicado. Também o banho com águas medicinais, em estâncias termais, apesar de revigorante, deve ser visto com cautela por quem recebe quimioterapia altamente mieloablativa, que determina a redução do número das células de defesa do organismo. Com esses cuidados, não há restrições para longos banhos de banheira, ofurô e hidromassagem.
Texto extraído da Revista da ABRALE, edição 15
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