Há um abraço incontido que deixei de abraçar,
quatro braços a, timidamente, se entrelaçar.
A voz tímida, míngua, afastou-te de perto de mim,
o zumbido do mar, a melodia de um querubim.
Quis dizer-te o quanto o teu abraço me estava a assustar,
o quanto meu corpo temia voltar a amar,
ah, como as minhas células alegraram-se pela proximidade das tuas,
sentia-me completamente nua,
despiste-me a armadura,
permitis-te que meu canastro vagueasse sem rumo.
Deixei as resistências caírem na areia,
um sorriso tímido se escapulir da teia,
o meu coração navegou com a força das marés,
a minha mente divagou de lés a lés.
Alimentei-me com os teus sentimentos,
o lado esquerdo enterneceu-se no momento.
Com o manjar finalizado,
e o abraço dado,
abeirou-se a altura dos teus lábios tocarem os meus,
e, sem resistência, os meus braços entrelaçarem-se nos teus.
"O desejo não é o que vês, mas aquilo que imaginas."
Paulo Coelho in Onze minutos
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